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Província

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A Província São Maximiliano M.Kolbe celebrou no dia 02 de agosto de 2023 a festa de Nossa Senhora dos Anjos. A celebração foi realizada na Casa de Formação de Nossa Senhora dos Anjos, em Santa Maria DF. Estiverem presentes frades da Província, o Ministro Provincial fr.Gilberto, os formandos do Postulantado, o Pré-noviciado, os  frades professos e as pessoas da comunidade.

A festa do Perdão de Assis- As indulgências plenárias

Está festa celebra no dia 02 de agosto, a Festa do Perdão de Assis, Santa Maria dos Anjos da Porciúncula, segundo testemunhou Bartolomeu de Pisa, a origem da Indulgência da Porciúncula se deu assim: “Em uma noite linda , do ano do Senhor de 1216, Francisco estava intimamente compenetrado na oração e na contemplação estava mesmo ali na pequena ermida dedicada a Virgem Mãe de Deus, conhecida como igrejinha da Porciúncula, localizada em uma planície do Vale de Espoleto, perto de Assis, quando, de repente, a igrejinha ficou tomada de uma luz vivíssima jamais vista antes, e Francisco viu sobre o altar o Cristo e à sua direita a sua Mãe Santíssima, acompanhados de uma multidão de anjos. Francisco ficou em silêncio e começou a adorar o seu Senhor. Perguntaram-lhe, então, o que ele desejava para a salvação das almas. Francisco tomado pela graça de Deus que ama incondicionalmente, responde: “Santíssimo Pai, mesmo que eu seja um mísero, o pior dos pecadores, te peço, que, a todos quantos arrependidos e confessados, virão visitar esta Igreja, lhes conceda amplo e generoso perdão, com uma completa remissão de todas as culpas”.

O Senhor lhe disse: “Ó Irmão Francisco, aquilo que pedes é grande, de coisas maiores és digno e coisas maiores tereis: acolho, portanto, o teu pedido, mas com a condição de que tu peças esta indulgência, da parte minha, ao meu Vigário na terra (Papa)”. E não tardou muito, Francisco se apresentou ao Papa Honório III que, naqueles dias encontrava-se em Perugia e com candura lhe narrou a visão que teve. O Papa o escutou com atenção e, depois de alguns esclarecimentos, deu a sua aprovação e perguntou: “Por quanto anos queres esta indulgência”? Francisco, respondeu-lhe: “Pai santo, não peço por anos, mas por almas”. E feliz, se dirigiu à porta, mas o Pontífice o reconvocou: “Francisco, não queres nenhum documento”? E Francisco respondeu-lhe: “Santo Pai, de Deus, Ele cuidará de manifestar a obra sua; eu não tenho necessidade de algum documento. Esta carta deve ser a Santíssima Virgem Maria, Cristo o Escrivão e os Anjos as testemunhas”. E poucos dias mais tarde, junto aos Bispos da Úmbria, ao povo reunido na Porciúncula, Francisco anunciou a indulgência plenária e disse entre lágrimas: “Irmãos meus, quero mandar-vos todos ao paraíso!”

 

 

Terça, 10 Junho 2025 14:50

Aprovação do Discipulado Franciscano

Apresentação para o Capítulo Geral de 2025

(ST GEN 133 e 1)

 

Uma Breve História

O diálogo fraterno e a reflexão que acompanharam a elaboração desta versão atual do Discipulado Franciscano foram precedidos por quase quarenta anos de história. É assim que esse processo foi descrito na versão de 2007 do mesmo documento.

Em 1981, pela primeira vez, todos os formadores da nossa Ordem se reuniram para um encontro internacional em Assis. Como resultado desse encontro, formou-se um comitê com a tarefa de criar um Diretório de Formação para a Ordem dos Frades Menores Conventuais — a primeira tentativa desde o Concílio Vaticano II. Esse documento, que recebeu o título O Discipulado Franciscano, foi aprovado ad experimentum no Capítulo Geral de 1983 e recebeu aprovação definitiva três anos depois, no Capítulo Geral subsequente.

Nos vinte anos que se seguiram, ocorreram diversas mudanças na Igreja, na Ordem e na sociedade. Muitos documentos sobre formação foram publicados pela Igreja, como os que tratam da Vida Fraterna em Comunidade e da Vida Consagrada. Nossa Ordem passou a valorizar ainda mais a importância da formação inicial e contínua.

O Capítulo Geral Extraordinário da Cidade do México (1992), e especialmente o de Ariccia (1998), trataram extensivamente da formação. De fato, o Capítulo de 1998 decretou a revisão do Discipulado Franciscano (moção n.° 25), para atualizá-lo à luz dos decretos da Igreja e da Ordem, e incluir os frutos da experiência formativa amadurecida nas últimas décadas. A Comissão Internacional para a Formação (CIF) foi incumbida dessa tarefa.

O Capítulo Geral deu aprovação provisória ao novo documento, incentivando os Ministros e formadores a enviarem suas avaliações e sugestões ao Conselho Geral. O Secretário para a Formação (Frei Daniel Pietrzak) foi encarregado de aprimorar o conteúdo. O documento serviu como base para a reflexão e avaliação no Encontro Internacional de Formação, realizado em Cracóvia e Harmeze, no verão de 2004.

Algumas propostas foram apresentadas e, posteriormente, desenvolvidas pela CIF, sendo levadas ao Capítulo Geral de 2007. Naquela ocasião, aprovaram-se alterações, como a criação de casas específicas para o Postulantado, Noviciado e Pós-Noviciado, além da elaboração de uma lista de orientadores da formação e suas respectivas atribuições.

As mudanças que intervieram ao longo dos anos fizeram do Discipulado Franciscano um texto riquíssimo e uma ferramenta útil para orientar o caminho formativo na Ordem. Por outro lado, também geraram uma sobreposição de linguagens, às vezes bastante perceptível durante a leitura. Por isso, é provável que esse documento precise ser retrabalhado, especialmente levando em conta os desenvolvimentos ocorridos na Igreja e na Ordem nos últimos anos.

Enquanto isso, saudamos esta nova versão do Discipulado Franciscano como uma oportunidade para um renovado compromisso com a conformidade a Cristo.

(Frei Marco Tasca, Ministro Geral, e Frei Lindor Alcides Tofful, Secretário Geral para a Formação – 2007)

 

Desenvolvimentos Posteriores

Atendendo ao pedido do Ministro Geral e do Capítulo Geral de 2007, Frei Lindor Alcides Tofful, em colaboração com a CIF, apresentou um texto mais unificado ao Capítulo Geral de 2013. Esse mesmo órgão, embora reconhecendo o valor do trabalho realizado, solicitou ao novo Secretário Geral para a Formação, Frei Roberto Carboni, que aprofundasse ainda mais o trabalho: uma reformulação integral do texto, após consulta às diferentes Federações sobre sua aplicação nas diversas realidades formativas da Ordem. A proposta era submetê-lo à aprovação definitiva no Capítulo Geral Ordinário de 2019.

Frei Roberto Carboni, antes de sua nomeação como bispo em 2016, e seu sucessor, Frei Louis Panthiruvelil, deram continuidade a esse trabalho com a CIF, envolvendo formadores de todas as Federações.

O texto revisado do Discipulado Franciscano foi apresentado ao Capítulo Geral de 2019. Esse Capítulo, por meio da moção n.° 4, propôs uma nova revisão do texto, considerando as sugestões recebidas.

O texto que você tem agora em mãos, produzido pelo Secretariado para a Formação (Frades Piotr Stanisławczyk, Maximiliano Sembering, José Kachelewa e Kazimierz Cieślik), em conjunto com frades representantes das Federações da Ordem, é fruto desse avanço. Foi aceito ad experimentum pelo Ministro Geral e seu Definitório em 2022, com a aprovação definitiva prevista para o Capítulo Geral de 2025, conforme proposto anteriormente.

 

Um Guia para o Novo Texto: Leitura do Atual Discipulado Franciscano

A introdução (n.ºs 1–16) estabelece o significado do discipulado e como o Discipulado Franciscano conduz à conformidade com o Senhor Jesus. Por isso, os termos “seguir” e “discipulado” são preferidos ao referir-se ao processo formativo.

A Primeira Parte (n.ºs 17–99) trata da experiência concreta de seguir a Cristo e conformar- se ao nosso modelo — forma minorum — e ao nosso pai seráfico, São Francisco. Considera sua experiência pessoal e a de sua fraternidade, assim como a tradição da Ordem. Aqui são apresentados os ideais a que aspiramos: os valores, dimensões e protagonistas da formação franciscana conventual.

A Segunda Parte (n.ºs 100–203) contempla a nossa vida concreta como frades, que recebemos como dom do Senhor. Vivida em fraternidade, essa vida se estende até o encontro final com o Pai da Misericórdia, por meio da “irmã morte corporal”. Trata das etapas do nosso caminho de sequela Christi na fraternidade franciscana, com ênfase na formação contínua — pessoal e comunitária —, que exige atenção e compromisso constantes.

A Terceira Parte (n.ºs 204–288) trata da formação inicial em todas as suas fases: desde o discernimento vocacional até a profissão solene, ordenação presbiteral e primeiras experiências comunitárias (postulantado, noviciado, pós-noviciado). Destaca-se a importância de uma formação unificada e de qualidade, sustentada pelos formadores e pela fraternidade, que acompanham os candidatos com testemunho autêntico de vida.

A Quarta Parte (n.ºs 289–315) é mais técnica. Trata das responsabilidades e funções de diferentes agentes da formação (Ministro Geral, Ministros Provinciais, Federações, Secretariado para a Formação, etc.), essenciais para o bom andamento da formação em Províncias, Custódias e Delegações.

 

Escolhas para o Documento Atual

Optamos por organizar o documento de modo que, primeiramente, trate da formação contínua — a vida diária dos frades (que buscamos viver, com nossos valores e estilo de vida, mesmo com nossas limitações e pecados). A partir disso, passamos à formação inicial, com a qual desejamos formar os frades segundo a nossa forma de vida e a tradição da Ordem.

As fontes que inspiram este texto são as Fontes Franciscanas, as mais recentes Constituições (2018), declarações do Magistério da Igreja e tudo o que se considerou ainda válido nas versões anteriores do Discipulado Franciscano, além das contribuições feitas durante o Capítulo Geral de 2019.

Foram incorporados temas até então não tratados, como ecologia, uso da mídia, responsabilidade financeira, abuso infantil, entre outros. Procuramos, enfim, tornar o texto mais unificado e coerente.

  

Público-Alvo do Discipulado Franciscano

O Discipulado Franciscano não se destina apenas àqueles que “trabalham na formação”

(Ministros Provinciais e Custódios, formadores, responsáveis pela formação contínua), mas a cada frade. Todos devem encontrar no texto algo que fale à sua própria história vocacional, ajude a redescobrir a beleza de nossa vida e desperte novamente a paixão pelo caminho da sequela Christi nos passos de São Francisco. Lembramos também os muitos frades que nos deram testemunho da alegria do Evangelho.

 

Ratio Studiorum

A atual Ratio studiorum trata da formação intelectual dos Frades Menores Conventuais e é parte integrante do Discipulado Franciscano (cf. DF 74). Este tema é extenso e envolve questões complexas, como a diversidade cultural presente na Ordem. Por isso, recomenda-se a apresentação de um esboço geral, que oriente um caminho formativo sério e integral.

O documento é inspirador em sua natureza, apresentando apenas sugestões gerais sobre os aspectos franciscanos da formação intelectual. Considera as diferenças culturais e convida as Jurisdições (Províncias e Custódias) a integrarem tais sugestões às suas próprias Ratio studiorum, com normas específicas. A coordenação entre Federações pode ser apropriada para sua elaboração.

A Ratio studiorum da Ordem estabelece diretrizes comuns para a formação intelectual, com ênfase no estudo do franciscanismo, do carisma franciscano conventual e sua contribuição para outras áreas do saber (cf. Const. 1 §5; DF 75). Explica as razões da formação intelectual, sua continuidade ao longo da vida do frade e as áreas de estudo em cada etapa formativa. Também propõe critérios de avaliação da eficácia desse plano.

 

Objetivos da Ratio studiorum:
  1. Indicar o que constitui a formação intelectual franciscana;
  2. Promover o conhecimento do pensamento franciscano, sua fecundidade e capacidade de diálogo com o mundo atual;
  3. Integrar o estudo às demais dimensões da vida

Este documento se dirige a todos os frades da Ordem, já que o estudo é uma dimensão essencial da vida de todo frade. Contudo, é especialmente relevante para aqueles que exercem um papel específico na formação intelectual: Ministros, Custódios, Guardiães, formadores, professores, estudantes, missionários e agentes pastorais (Franciscanos Seculares, MI, JUFRA, etc.).

 

Frei Piotr STANISŁAWCZYK

Secretário Geral por a Formação

Terça, 10 Junho 2025 14:50

Aprovação do Discipulado Franciscano

Apresentação para o Capítulo Geral de 2025

(ST GEN 133 e 1)

 

Uma Breve História

O diálogo fraterno e a reflexão que acompanharam a elaboração desta versão atual do Discipulado Franciscano foram precedidos por quase quarenta anos de história. É assim que esse processo foi descrito na versão de 2007 do mesmo documento.

Em 1981, pela primeira vez, todos os formadores da nossa Ordem se reuniram para um encontro internacional em Assis. Como resultado desse encontro, formou-se um comitê com a tarefa de criar um Diretório de Formação para a Ordem dos Frades Menores Conventuais — a primeira tentativa desde o Concílio Vaticano II. Esse documento, que recebeu o título O Discipulado Franciscano, foi aprovado ad experimentum no Capítulo Geral de 1983 e recebeu aprovação definitiva três anos depois, no Capítulo Geral subsequente.

Nos vinte anos que se seguiram, ocorreram diversas mudanças na Igreja, na Ordem e na sociedade. Muitos documentos sobre formação foram publicados pela Igreja, como os que tratam da Vida Fraterna em Comunidade e da Vida Consagrada. Nossa Ordem passou a valorizar ainda mais a importância da formação inicial e contínua.

O Capítulo Geral Extraordinário da Cidade do México (1992), e especialmente o de Ariccia (1998), trataram extensivamente da formação. De fato, o Capítulo de 1998 decretou a revisão do Discipulado Franciscano (moção n.° 25), para atualizá-lo à luz dos decretos da Igreja e da Ordem, e incluir os frutos da experiência formativa amadurecida nas últimas décadas. A Comissão Internacional para a Formação (CIF) foi incumbida dessa tarefa.

O Capítulo Geral deu aprovação provisória ao novo documento, incentivando os Ministros e formadores a enviarem suas avaliações e sugestões ao Conselho Geral. O Secretário para a Formação (Frei Daniel Pietrzak) foi encarregado de aprimorar o conteúdo. O documento serviu como base para a reflexão e avaliação no Encontro Internacional de Formação, realizado em Cracóvia e Harmeze, no verão de 2004.

Algumas propostas foram apresentadas e, posteriormente, desenvolvidas pela CIF, sendo levadas ao Capítulo Geral de 2007. Naquela ocasião, aprovaram-se alterações, como a criação de casas específicas para o Postulantado, Noviciado e Pós-Noviciado, além da elaboração de uma lista de orientadores da formação e suas respectivas atribuições.

As mudanças que intervieram ao longo dos anos fizeram do Discipulado Franciscano um texto riquíssimo e uma ferramenta útil para orientar o caminho formativo na Ordem. Por outro lado, também geraram uma sobreposição de linguagens, às vezes bastante perceptível durante a leitura. Por isso, é provável que esse documento precise ser retrabalhado, especialmente levando em conta os desenvolvimentos ocorridos na Igreja e na Ordem nos últimos anos.

Enquanto isso, saudamos esta nova versão do Discipulado Franciscano como uma oportunidade para um renovado compromisso com a conformidade a Cristo.

(Frei Marco Tasca, Ministro Geral, e Frei Lindor Alcides Tofful, Secretário Geral para a Formação – 2007)

 

Desenvolvimentos Posteriores

Atendendo ao pedido do Ministro Geral e do Capítulo Geral de 2007, Frei Lindor Alcides Tofful, em colaboração com a CIF, apresentou um texto mais unificado ao Capítulo Geral de 2013. Esse mesmo órgão, embora reconhecendo o valor do trabalho realizado, solicitou ao novo Secretário Geral para a Formação, Frei Roberto Carboni, que aprofundasse ainda mais o trabalho: uma reformulação integral do texto, após consulta às diferentes Federações sobre sua aplicação nas diversas realidades formativas da Ordem. A proposta era submetê-lo à aprovação definitiva no Capítulo Geral Ordinário de 2019.

Frei Roberto Carboni, antes de sua nomeação como bispo em 2016, e seu sucessor, Frei Louis Panthiruvelil, deram continuidade a esse trabalho com a CIF, envolvendo formadores de todas as Federações.

O texto revisado do Discipulado Franciscano foi apresentado ao Capítulo Geral de 2019. Esse Capítulo, por meio da moção n.° 4, propôs uma nova revisão do texto, considerando as sugestões recebidas.

O texto que você tem agora em mãos, produzido pelo Secretariado para a Formação (Frades Piotr Stanisławczyk, Maximiliano Sembering, José Kachelewa e Kazimierz Cieślik), em conjunto com frades representantes das Federações da Ordem, é fruto desse avanço. Foi aceito ad experimentum pelo Ministro Geral e seu Definitório em 2022, com a aprovação definitiva prevista para o Capítulo Geral de 2025, conforme proposto anteriormente.

 

Um Guia para o Novo Texto: Leitura do Atual Discipulado Franciscano

A introdução (n.ºs 1–16) estabelece o significado do discipulado e como o Discipulado Franciscano conduz à conformidade com o Senhor Jesus. Por isso, os termos “seguir” e “discipulado” são preferidos ao referir-se ao processo formativo.

A Primeira Parte (n.ºs 17–99) trata da experiência concreta de seguir a Cristo e conformar- se ao nosso modelo — forma minorum — e ao nosso pai seráfico, São Francisco. Considera sua experiência pessoal e a de sua fraternidade, assim como a tradição da Ordem. Aqui são apresentados os ideais a que aspiramos: os valores, dimensões e protagonistas da formação franciscana conventual.

A Segunda Parte (n.ºs 100–203) contempla a nossa vida concreta como frades, que recebemos como dom do Senhor. Vivida em fraternidade, essa vida se estende até o encontro final com o Pai da Misericórdia, por meio da “irmã morte corporal”. Trata das etapas do nosso caminho de sequela Christi na fraternidade franciscana, com ênfase na formação contínua — pessoal e comunitária —, que exige atenção e compromisso constantes.

A Terceira Parte (n.ºs 204–288) trata da formação inicial em todas as suas fases: desde o discernimento vocacional até a profissão solene, ordenação presbiteral e primeiras experiências comunitárias (postulantado, noviciado, pós-noviciado). Destaca-se a importância de uma formação unificada e de qualidade, sustentada pelos formadores e pela fraternidade, que acompanham os candidatos com testemunho autêntico de vida.

A Quarta Parte (n.ºs 289–315) é mais técnica. Trata das responsabilidades e funções de diferentes agentes da formação (Ministro Geral, Ministros Provinciais, Federações, Secretariado para a Formação, etc.), essenciais para o bom andamento da formação em Províncias, Custódias e Delegações.

 

Escolhas para o Documento Atual

Optamos por organizar o documento de modo que, primeiramente, trate da formação contínua — a vida diária dos frades (que buscamos viver, com nossos valores e estilo de vida, mesmo com nossas limitações e pecados). A partir disso, passamos à formação inicial, com a qual desejamos formar os frades segundo a nossa forma de vida e a tradição da Ordem.

As fontes que inspiram este texto são as Fontes Franciscanas, as mais recentes Constituições (2018), declarações do Magistério da Igreja e tudo o que se considerou ainda válido nas versões anteriores do Discipulado Franciscano, além das contribuições feitas durante o Capítulo Geral de 2019.

Foram incorporados temas até então não tratados, como ecologia, uso da mídia, responsabilidade financeira, abuso infantil, entre outros. Procuramos, enfim, tornar o texto mais unificado e coerente.

  

Público-Alvo do Discipulado Franciscano

O Discipulado Franciscano não se destina apenas àqueles que “trabalham na formação”

(Ministros Provinciais e Custódios, formadores, responsáveis pela formação contínua), mas a cada frade. Todos devem encontrar no texto algo que fale à sua própria história vocacional, ajude a redescobrir a beleza de nossa vida e desperte novamente a paixão pelo caminho da sequela Christi nos passos de São Francisco. Lembramos também os muitos frades que nos deram testemunho da alegria do Evangelho.

 

Ratio Studiorum

A atual Ratio studiorum trata da formação intelectual dos Frades Menores Conventuais e é parte integrante do Discipulado Franciscano (cf. DF 74). Este tema é extenso e envolve questões complexas, como a diversidade cultural presente na Ordem. Por isso, recomenda-se a apresentação de um esboço geral, que oriente um caminho formativo sério e integral.

O documento é inspirador em sua natureza, apresentando apenas sugestões gerais sobre os aspectos franciscanos da formação intelectual. Considera as diferenças culturais e convida as Jurisdições (Províncias e Custódias) a integrarem tais sugestões às suas próprias Ratio studiorum, com normas específicas. A coordenação entre Federações pode ser apropriada para sua elaboração.

A Ratio studiorum da Ordem estabelece diretrizes comuns para a formação intelectual, com ênfase no estudo do franciscanismo, do carisma franciscano conventual e sua contribuição para outras áreas do saber (cf. Const. 1 §5; DF 75). Explica as razões da formação intelectual, sua continuidade ao longo da vida do frade e as áreas de estudo em cada etapa formativa. Também propõe critérios de avaliação da eficácia desse plano.

 

Objetivos da Ratio studiorum:

  1. Indicar o que constitui a formação intelectual franciscana;
  2. Promover o conhecimento do pensamento franciscano, sua fecundidade e capacidade de diálogo com o mundo atual;
  3. Integrar o estudo às demais dimensões da vida

Este documento se dirige a todos os frades da Ordem, já que o estudo é uma dimensão essencial da vida de todo frade. Contudo, é especialmente relevante para aqueles que exercem um papel específico na formação intelectual: Ministros, Custódios, Guardiães, formadores, professores, estudantes, missionários e agentes pastorais (Franciscanos Seculares, MI, JUFRA, etc.).

 

Frei Piotr STANISŁAWCZYK

Secretário Geral por a Formação

No sábado, 7 de junho, véspera da Solenidade de Pentecostes, foi realizada a Sessão Solene do Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores Conventuais, em Assis na Itália. Durante a cerimônia, frei Carlos Alberto Trovarelli foi reeleito como Ministro Geral da Ordem.

A reeleição foi aprovada pela maioria dos capitulares: dos 79 votantes, 62 manifestaram apoio ao nome de frei Trovarelli, que seguirá à frente do governo da Ordem por mais um mandato.

Nossas mais sinceras orações para que ele continue seu trabalho de fortalecimento da unidade entre as diversas jurisdições da Ordem, mantendo vivo o carisma franciscano em suas ações e orientações.

 

Entre os dias 23 e 25 de maio de 2025, a Ordem Franciscana Secular (OFS) do Regional Nordeste A2 – Ceará realizou seu Capítulo Eletivo Ordinário na Casa das Irmãs Cordimarianas, em Caucaia-CE. O encontro reuniu fraternos de todo o estado para momentos de oração, formação, partilha e eleição do novo Conselho Regional.

A abertura aconteceu na noite do dia 23, com a oração capitular e a composição da mesa, contando com a presença de Paulo Gomes (Ministro Regional), Francisco Alencar (Vice-Ministro Regional), Felipe Guedes (Conselheiro da OFS do Brasil), Frei Fernando de Araújo (OFMConv.), Frei James Lira (CFFB Ceará) e Nira Galvão (presidente do Capítulo). A moderação da noite foi conduzida por Vileni Martins.

No segundo dia, 24 de maio, a irmã Lúcia Silva (IMC) apresentou o tema formativo “800 anos do Cântico das Criaturas”, em um momento de reflexão e espiritualidade. À tarde, Felipe Guedes conduziu as orientações para a eleição. Com a participação de 65 capitulares, o novo Conselho Regional foi eleito para o mandato de 2025 a 2028:

Ministro: Paulo Gomes Mesquita (Itapipoca-CE)

Vice-Ministro: Geison Vasconcelos Lira (Sobral-CE)

Secretária: Vileni Martins Felix (Canindé-CE)

Coordenadora de Formação: Francisca Pereira Borges (Varjota-CE)

Tesoureira: Raphaela Rodrigues Nobre de Aquino Belchior (Maraponga, Fortaleza-CE)

Animação Fraterna: Maria Enilce de Sousa Silva/Daniele (Messejana, Fortaleza-CE)

Também foram eleitos os coordenadores distritais para nove distritos do estado, além dos membros titulares e suplentes do Conselho Fiscal.

O encerramento, no dia 25, contou com a celebração da Santa Missa presidida por Frei Fernando de Araújo, OFMConv., onde os eleitos foram oficialmente empossados. A programação seguiu com café da manhã e partilha da caminhada da Juventude Franciscana (JUFRA), apresentada por Daniele Silva, Lucas Lins e Liliane Borges. Ao final, foram definidos os encaminhamentos para o Capítulo Avaliativo e celebrativo. O Ministro reeleito, Paulo Gomes, e os conselheiros da OFS do Brasil agradeceram a participação de todos, encerrando oficialmente o Capítulo.

     Na última segunda-feira, 2 de junho, os frades da Província São Maximiliano Maria Kolbe, da Ordem dos Frades Menores Conventuais, se reuniram no Jardim da Imaculada, na Cidade Ocidental (GO), para celebrar o 22º aniversário de sua ereção canônica, ocorrida em 31 de maio de 2003. A comemoração foi marcada por uma Santa Missa em ação de graças, presidida pelo Vigário Provincial, Frei Amilton Leandro, OFMConv, e concelebrada pelos frades presentes. Também participaram da celebração os formandos das casas de formação da Província.

    Ao final da missa, Frei Marcelo Borges, OFMConv, leu a mensagem enviada pelo Ministro Provincial, Frei Gilberto de Jesus, OFMConv, que não pôde estar presente por estar em Roma, onde participa do 203º Capítulo Geral da Ordem, realizado de 1º a 21 de junho.

    A data remete à Festa da Visitação de Nossa Senhora, quando, em 2003, a Cúria Geral reconheceu oficialmente a Província, destacando a relevância do trabalho pastoral, do carisma franciscano e da organização construída desde a chegada do primeiro missionário polonês, Dom Frei Agostinho Stefan, em 1974.

    A trajetória da Província é marcada pelo esforço conjunto de missionários poloneses e frades brasileiros, cuja dedicação à vida comunitária, ao apostolado e à vivência franciscana tem contribuído para o crescimento e a santificação da jurisdição.

    A celebração reafirmou o compromisso da Província com os valores franciscanos e a missão evangelizadora, em sintonia com os desígnios da Imaculada.

    Agradecemos a cada frade que, por seu testemunho, por sua consagração religiosa franciscana e consagração à Imaculada, seu trabalho conventual e dedicação à vida comunitária, seu testemunho de fé, sua vida apostólica, sua missão realizada, constrói diariamente a história de nossa Província. Que o Altíssimo continue a nos abençoar e santificar a fim de que venhamos a ser uma Província grande e santa, conforme os desígnios da Imaculada! Feliz aniversário, Província São Maximiliano Maria Kolbe!

Nesta segunda-feira, dia 02 de junho, no Auditório da Faculdade São Boaventura (Seráfico), teve início a Primeira Sessão do Capítulo Geral. Estão presentes 79 frades vogais, entre os quais estão: 10 frades do Governo Geral; 29 Ministros Provinciais; 2 Custódios Gerais; 16 Ministros Custodiais-Provinciais; 22 Delegados Provinciais. Após a abertura com a oração do Veni Creator, tivemos orientações iniciais, reunião com os frades da Federação (FALC) e logo depois a exposição com um frade capuchinho, Frei Stefan Kozuh, OFMCap.

Quinta, 22 Mai 2025 12:27

Quinquênio 2025

Entre os dias 19 e 23 de maio, é realizado o Quinquênio – Encontro de Formação Permanente para frades com até cinco anos de votos perpétuos da União dos Conventuais do Brasil (UCOB). O evento ocorre no Centro de Evangelização e Cultura (CEFEC), em Brasília (DF).

Participam do encontro frades professos solenes das jurisdições de Brasília (Província São Maximiliano Maria Kolbe), São Paulo (Província São Francisco de Assis) e Rio de Janeiro (Custódia Imaculada Conceição).

A Província São Maximiliano Maria Kolbe conta com a presença dos seguintes frades:

  1. Frei Jorge Elias;
  2. Frei Marcelo Borges;
  3. Frei Luís Ventura;
  4. Frei Altair Santos;
  5. Frei Marcus Vinicius;
  6. Frei Yan Carlos;
  7. Frei Carlos Eduardo;
  8. Frei Gederson Aparecido;
  9. Frei Christian César;
  10. Frei Thiago da Silva.

Representando a Província São Francisco de Assis, participa:

  1. Frei Antônio Felipe.

Já pela Custódia Imaculada Conceição, estão presentes:

  1. Frei Fernando Pereira;
  2. Frei Jesus Amaral;
  3. Frei Ricardo da Cruz.

A organização do encontro está a cargo do Frei Roberto Cândido, da Província São Maximiliano Maria Kolbe. As conferências contam com a colaboração dos frades Wilton Rocha (Custódia do Maranhão), Luís Felipe Marques e Jorge Luiz Soares (ambos da Província São Maximiliano Maria Kolbe).

O Quinquênio é um momento importante de convivência, aprofundamento espiritual e formação contínua para os jovens religiosos da Ordem dos Frades Menores Conventuais.

Entre os dias 1º e 13 de maio, a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Juruá (AM), realizou o tradicional trezenário em honra à sua padroeira. O evento, que já faz parte do calendário religioso da cidade, mais uma vez reuniu fiéis em clima de fé, devoção e esperança.

Durante os treze dias de celebração, a comunidade refletiu sobre a vida e missão de Nossa Senhora de Fátima, inspirada nas mensagens deixadas e em suas aparições. As noites foram marcadas por momentos de oração, celebrações eucarísticas, louvores e partilha fraterna, fortalecendo os laços de comunhão entre os participantes.

O trezenário teve como propósito principal renovar a devoção mariana e incentivar a vivência do apelo à conversão, tão presente na mensagem de Fátima. Por meio da intercessão de Maria, os fiéis foram convidados a aprofundar sua fé na Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – centro da vida cristã.

Relembrando as palavras de Maria nas Bodas de Caná – "Fazei tudo o que Ele vos disser" (Jo 2,5) – o trezenário também foi um chamado à transformação pessoal e à fidelidade à missão cristã. A Paróquia agradece a todos que participaram e colaboraram para que essa manifestação de fé acontecesse com tanto fervor e dedicação.

Ponte e Mãe de misericórdia: De onde lhe vem tal poder?

“Por que toda a graça corre, pela suas mãos, do coração dulcíssimo de Jesus até nós”, é essa a conclusão.

Sim, porque humanamente falando, o Coração divino é semelhante ao coração de um bom pai de família. Se um filho se torna culpável de alguma falta, o pai deve puni-lo, pois assim o exigem a justiça e, mais ainda, o mesmo amor para com o filho, a fim de que ele não descure o próprio erro. Entretanto, este pai não desejaria causar nenhum desgosto ao filho, embora o tenha merecido, e gostaria de ter um motivo suficiente qualquer para não lhe infligir o castigo. Perdoar sem motivo suficiente seria como que instigar o culpável à insolência. Mas o pai desejaria que alguém interviesse em favor do filho para satisfazer, desse modo, tanto da justiça como o amor afetuoso.

Pois bem, o coração divino de Jesus, que arde de amor por nós, culpáveis, dispõe para isso de um meio digno da sabedoria divina. Outorga-nos, como mãe e protetora, a sua própria e diletíssima Mãe, a criatura mais santa entre todos os santos e anjos. A Ela Jesus é incapaz de recusar nada, por ser a mais digna e mais amada das mães. Além disso, Ele lhe deu um coração muito grande, para que Ela pudesse advertir toda a lágrima derramada na terra e se preocupasse com a salvação e santificação de todos os humanos.

 

Medalhas e imagens: rejeição ou utilidade?

Cada um de nós não tem só uma alma, mas também um corpo, não só a razão, mas também os sentidos. Todo o conhecimento natural começa pelos sentidos (olhos, ouvidos...); só depois chega à inteligência e se grava na memória. Não é diferente o modo natural do conhecimento dos problemas que se refere à religião. Quanto mais a miúdo virmos algo relacionado em tela ou papel, ou mesmo em medalha ou escapulário, tanto mais o miúdo se dirigirá o nosso pensamento às pessoas que esses objetos representam ou recordam; e isso influi poderosamente na nossa vida.

Vendo Cristo cravado na cruz ou um quadro de Nossa Senhora, muitas pessoas não renunciarão, porventura, a um pecado que tinha em mente cometer?... Não seria tamanha a sua petulância e maldade!... Além disso, quantas orações não brotam do coração dos corações diante dessas imagens, dirigidas às pessoas que elas representam? Quantos suspiros inflamados de amor e quantas preces de corações doloridos eles não arrancam?... E desce, do alto, a esses corações, o bálsamo e o consolo.

 

A Imaculada, Maximiliano e uma criança

Consagração, sob todos os aspectos, sem restrições, total, para vir a ser um cavaleiro sem reservas, integralmente.

Maria, Mãe, Rainha... (origem, noção imperfeita).

Filho; 2) semelhança, imagem; 3) (sem direitos) coisa e propriedade (amor).
A Imaculada é nossa Mãe, porque:

É uma convicção comum, um sentimento dos fiéis.
Foi Jesus que no-la deu.
É Mãe da cabeça da Igreja, Jesus; por conseguinte, também dos membros.
É mãe da graça divina, da graça do Espírito Santo; é medianeira das graças, é Mãe da vida da graça, da vida espiritual.
É Mãe do Redentor; por conseguinte, também dos redimidos (co-redentora).
É Mãe do próprio Criador; consequentemente, também das criaturas (anjos, humanos...).

Por todos estes motivos, tu menino:

Ama-a como Mãe, com toda a sua generosidade. Ela te ama até ao ponto de sacrificar o Filho de Deus. Na anunciação, ela te aceitou de bom grado como filho.
Ela te fará semelhante a Si, tornando-te cada dia mais imaculado, nutrindo-te com o leite da sua graça. Deixa-te conduzir por Ela, deixa-te modelar cada dia mais livremente por ela. Vela pela pureza da tua consciência, purifica-a no seu amor. Não te desalentes, nem sequer depois de um pecado grave, mesmo repetido. Um ato de amor perfeito te purificará.

 

Ser chama para despertar outras chamas

A oração é um meio desconhecido, sendo, no entanto, o mais eficaz para restituir a paz às almas e dar-lhes a felicidade, por servir para aproximá-los do amor de Deus.

A oração faz renascer o mundo. É condição indispensável para a regeneração e vida de toda a alma. Por meio dela, mesmo sem abandonar os muros do seu convento, Santa Teresinha veio a ser Padroeira de todas as Missões, e não apenas a Padroeira titular, como a experiência o demonstra.

Oremos também nós e oremos bem, oremos muito, quer com os lábios, quer com o pensamento. E experimentaremos em nós como, progressivamente, a Imaculada toma a posse da nossa alma, como a nossa pertença a Ela se aprofunda, cada dia mais sobre todos os aspectos, como as nossas culpas se desvanecem e nossos defeitos diminuem, e como, suave, mas poderosamente, nos acercamos cada vez mais de Deus.

A atividade exterior é boa, mas, obviamente, de importância secundária. E menos importante ainda, se a comparamos à vida interior, de recolhimento e oração, e à vida do nosso amor pessoal a Deus.

 

A Nossa Recompensa

De quando em quando, as cruzes se abaterão pesadamente sobre nós; mas a graça de Deus afervorizará os nossos corações, inflamando-os de um amor tal que arderemos em desejos de sofrer, sofrer sem limites, sofrer humilhações, escárnios e esquecimentos. Com isso, teremos a possibilidade de demonstrar o nosso amor ao Pai, ao nosso queridíssimo amigo, Jesus, e à nossa diletíssima Mãe, a Imaculada. O sofrimento é escola, sustento e força do amor. “Aflitos, mas sempre alegres” (2 Cor. 6,10). É a vida gasta em prol de um ideal.

Então, embora por um lado haja um batalhão de encarniçados inimigos conjurados contra nós, encontramos, por outro, também verdadeiros amigos que, unidos a nós por um sincero amor na unidade de um ideal comum, nos confortarão na tristeza e nos socorrerão nas quedas, a fim de que jamais deixemos cair os braços e combatamos com tenacidade e firmeza até a morte, confiando unicamente em Deus por intermédio da Imaculada.

As almas que amam a Imaculada, usaram, em diferentes épocas, tanto em público como em privado, variadas fórmulas para caracterizar a sua consagração à Santíssima Virgem. Todos desejaram, na medida do possível, ponderar a forma mais perfeita de consagração, embora nas palavras e no seu significado imediato haja diferenças. Assim, fórmulas como “servo de Maria” e “servo da Imaculada” podem sugerir a ideia de uma recompensa, em vista da qual o servo realiza o seu trabalho. A própria expressão “filho de Maria” lembra a alguns certas obrigações jurídicas da mãe em relação ao filho. Nem mesmo a denominação “escravo de amor” soa bem a todos, porque, malgrado se diga tratar-se de um escravo “de amor”, é difícil tirar do pensamento que o escravo se submete à servidão contra a vontade. Está aí o motivo por que outros preferem a expressão: “coisa e propriedade”.

O fim da M.I. é sempre a salvação e santificação de todos por todos por meio da Imaculada. Por conseguinte, se o fim da seção tende à consecução desta meta, então está tudo em ordem.

A Imaculada é a medianeira de todas as graças. Além disso, é só por meio da graça que nós podemos acercar-nos de Deus. Pois bem, na ordem sobrenatural, a heresia não é mais que, de uma forma ou outra, afastamento da graça e, por isso, também um afastamento da medianeira das graças. Se a seção heresiológica conseguisse descobrir, em cada heresia, quais foram os motivos que causaram o afastamento da medianeira das graças, ser-lhe-ia mais fácil encontrar os remédios práticos e concretos para ajudar os pobres hereges e recuperar novamente a graça.

A apologética, por si só, também não conseguirá converter ninguém, se a graça não fluir sobre ela das mãos da Imaculada. Por isso, no estudo da apologética prática, essa seção deve acentuar a necessidade de recorrer a Maria Imaculada e suscitar o amor a Ela naquele com quem se discute, em vez de pôr a própria confiança na eficácia das demonstrações mais evidentes. O homem possui vontade livre e precisa da graça para a dominar, a fim de que ela permita que a inteligência se deixe convencer e siga a verdade.

Deus conhece-o, sem dúvidas, melhor que nós, porque é onisciente e infinitamente sábio. Ele, e só Ele, sabe o que podemos fazer, a cada momento, para lhe render a maior glória possível. É d'Ele, pois, e só d'Ele que podemos e devemos aprender o modo.

Como é que Deus revela a sua vontade? Por meio dos seus representantes na terra. A obediência, e só a santa obediência, nos manifesta, com segurança e certeza, a vontade de Deus. Os superiores podem enganar-se, mas nós, obedecendo, não nos enganamos nunca.

Existe uma única exceção: a de quando o superior ordena alguma coisa que é clara e indubitavelmente pecado, mesmo que mínimo (o que, na prática, não acontece quase nunca), porque, em tal caso, o superior já não seria representante de Deus.

Deus, é só Ele, o Deus infinito, infalível, santíssimo e clementíssimo, é Nosso Senhor. Ele, que é Nosso Deus, Nosso Pai, Criador, Fim, Inteligência, Potência, Amor, Tudo! Tudo quanto não for Ele, só tem valor na medida em que a Ele se refere, o Criador de todas as coisas, o Redentor de todos os humanos, o fim último de toda a criação.

 

São Maximiliano Kolbe: Amor ilimitado á Imaculada

Que é o amor ilimitado à Imaculada? Ela se encontra muito perto de Deus, enquanto nós perto dela e, portanto, com ela, muito perto de Deus.

Deus deu-nos uma “escada branca”e quer que, subindo por ela, cheguemos até ele, ou, antes, que ela, apertando-nos ao seu coração materno, nos leve até Deus.

Entretanto, Estas coisas são apenas imagens, semelhanças, analogias. A realidade não tem comparação: é mais bela, mas sublime, mas divina...

Ela é nossa Mãe e...de Deus. Onde está, então, o seu lugar e, por conseguinte, o nosso?É que nós somos sua posse e propriedade. Ela penetra nossa alma e dirige as sua faculdades com  um poder ilimitado. Pertencemos, de verdade, a Ela. Por isso, estamos sempre e em toda a parte com Ela...

Mas é em nós que cabe pensar? Percamos nela! Que só Ela persista e nós com Ela, como parte dela.

Todavia, será que nós, criaturas tão miseráveis, podemos delirar desta maneira? Não obstante, é essa a verdade, essa a realidade!

E quando é que toda a alma que existe no mundo, ou existirá  até ao fim dos tempos, lhe pertencerá dessa maneira?... Milícia da Imaculada!... 

Um grande programa em poucas linhas

Que é que movia o padre Kolbe? Um amor sem limites à Imaculada e o desejo de que todos a conhecessem, a amassem, e a servissem, para, desse modo melhor conhecerem, amarem e servirem a Cristo. O amor é a máxima alavanca para mover o mundo, já que Deus é Amor, a Imaculada, Mãe do Amor formoso, e Maximiliano, cavaleiro do Amor consagrado.

MILÍCIA DA IMACULADA

“Ela te esmagará a cabeça” (Gn 3,15).

“Tu sozinha destruístes  as  heresias do mundo inteiro” (Ofício de Nossa Senhora).

FINS:

Procurar a conversão dos pecadores, hereges, cismáticos... e, de modo especial, a dos maçons, e a santificação de todos, sob o patrocínio e por mediação da Bem-aventurada Virgem Maria Imaculada.

CONDIÇÕES:

(1) Total oferecimento de si mesmo à Imaculada, como instrumentos em suas mãos imaculadas.

(2) Levar a “Medalha Milagrosa”.

 

MEIOS:

(1) Dirigir a Maria esta súplica, se possível cada dia: “Ó Maria concebida sem pecado, roga por nós, que a ti recorremos, e por todos os que não o fazem, especialmente os inimigos da Santa Igreja e os que Te são encomendados”.

(2) Usar todos os meios legítimos, segundo as possibilidades de cada estado, as condições de vida e as ocasiões. Tudo é deixado ao zelo e prudência de cada um. Um meio especial é a difusão da Medalha Milagrosa.

 

As dificuldades da M.I

Quando estava para morrer, o próprio Jesus, de entre todas as pessoas amigas que tinha, viu, junto a cruz, apenas a Santíssima Virgem e o discípulo amado. Os outros

discípulos tinham fugido todos; um renegara-o com juramento, enquanto Judas o havia vendido aos judeus. Por isso, não nos devemos afligir em demasia, se não conseguimos ver na terra os frutos do nosso trabalho. Pode ser a vontade de Deus  que os recolhamos depois da nossa morte e que sejam outros a vê-los neste mundo.

A nossa primeira recompensa é, por conseguinte, a possibilidade e facilidade de “pescar” almas da maneira mais eficaz até depois da nossa morte.

Além disso, imaginemos quão grande é o reconhecimento que nutrem para conosco todas aquelas inumeráveis almas a quem abrimos as portas do paraíso ou cuja glória ajudamos a aumentar! Quanto nos agradecerão por toda a eternidade! Mas também nós lhes estaremos gratos, porque, lidando em seu favor, preparamos também  para nós uma coroa no paraíso.

Que amor as inflamará para com Aquela que se dignou a utilizar-nos como instrumentos da sua libertação das cadeias do demônio! Da nossa parte, jamais deixaremos de prestar homenagem à sua bondade por se ter dignado escolher-nos a nós, tão indignos, pobres e incapazes, para sermos seus soldados na conquista dos corações para Ela.

 

Essência da M.I.: pertencer à Imaculada

É também da essência da Milícia da Imaculada pertencer totalmente à Imaculada, sob todos os aspectos. Por isso, no ato de consagração, os seus membros lhe suplicam: “Rogo-Te  que me queiras aceitar completamente todo como coisa e propriedade tua e que faças o que Te aprouver de mim, de todas as faculdades da minha alma e do meu corpo, de toda a minha vida, da minha morte e da minha eternidade”.

Quem faz parte da Milícia da Imaculada, deixa de preocupar-se  em excesso até da própria eternidades. Reconhece que tudo o que não depende da própria vontade, vem da mão de Deus, por meio da Imaculada e, no que lhe toca, procura fazer tudo o que pode, com o fim de conhecer  a vontade da Imaculada, cada dia mais perfeitamente, e de a cumprir cada dia mais fielmente,mesmo que esta fidelidade lhe custe muitos sofrimentos  e sacrifícios.

 

Ser chama para despertar outras chamas

 

A oração é um meio desconhecido, sendo, no entanto, o mais eficaz para restituir a paz às alma e dar-lhes a felicidade, por servir para aproximá-los do amor de Deus.

A oração faz renascer o mundo. É condição indispensável para a regeneração e vida de toda alma. Por meio dela, mesmo sem abandonar os muros do seu convento, Santa Terezinha veio a ser a Padroeira de todas as Missões, e não apenas a Padroeira titular, como a experiência o demonstra.

Oremos também nós e oremos bem, oremos muito, quer com os lábios, quer com o pensamento. E experimentaremos em nós como, progressivamente, a Imaculada toma posse da nossa alma, como a nossa pertença a Ela se aprofunda, cada dia mais, sob todos os aspectos, como as nossas culpasse desvanecem  e nossos defeitos diminuem, e como suave, mas poderosamente, nos acercamos cada vez mais de Deus.

A atividade exterior é boa, mas, obviamente, de importância secundária. E menos importante ainda, se a comparamos à vida interior, de recolhimento e oração, e à vida  do nosso amor pessoal a Deus.

 

-Criatura de Deus, Filha de Deus, Mãe de Deus

 

A Imaculada jamais teve mancha alguma de pecado. Isto significa que o seu amor foi sempre total,sem qualquer embaraço. Amou a Deus com todo o seu ser e o amor uniu-a a Deus de modo tão perfeito, desde o primero instante de sua vida, que, no dia da Anunciação, o Anjo pode dirigir-se a Ela e dizer-lhe:”Cheia de graça, o Senhor está contigo” (Lc 1,28).

Ela é, pois, a criatura de Deus, propriedade de Deus, imagem de Deus, filha de Deus, da maneira mais perfeita possível a um ser humano.

Ela é o instrumento de Deus. É com plena consciência que se deixa conduzir voluntariamente por Ele, se conforma com a sua vontade, deseja e faz só o que Ele quer; e isto da maneira mais perfeita possível, sem o mínimo defeito, sem nenhum desvio da sua vontade da vontade de Deus. É um instrumento divino, no perfeito uso de poderes e privilégios que lhe foram concedidos para cumprir sempre e em tudo, única e exclusivamente, a vontade de Deus, por amor a Deus, uno e trino. Este amor a Deus atinge alturas tais que produz divinos frutos de amor.   

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