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01 Novembro 2021

02 de novembro: Dia dos Fiéis Defuntos

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       Nesta terça-feira, 02 de novembro, celebramos o Dia de Finados. Para entendermos a data, precisamos saber que seu outro nome também é Dia dos Fiéis Defuntos, que remete às tradições do início do cristianismo, sendo encontrados registros a partir do século II, quando em antigas tumbas e lápides podiam se encontrar grafismos com orações para aqueles que estavam enterrados.

       No século V foi separado um dia para orar pelos mortos que não eram mais lembrados e ninguém mais rezava. Mas foi no Século XI durante o pontificado do Papa Leão IX que foi criado um dia onde todos os fiéis deveriam orar aos finados. A data de 2 de novembro seria estabelecida durante o século XIII, pois é logo após o dia de todos os santos. Como no Dia de Todos os Santos oramos por aqueles Santos que não foram lembrados ao longo do ano, no Dia de Finados oramos pelos que morreram e não são lembrados durante todo o ano.

 

Reflexão*

       A celebração do Dia de Finados é momento favorável que permite aos cristãos recordar os irmãos que nos precederam no caminho para a vida definitiva em Deus. Esse dia é propício para agradecermos ao Senhor o dom da vida e a história dos que faleceram, e todo o bem que eles realizaram. Na oração e na saudade, nós cristãos reconhecemos que na morte “a vida não é tirada, mas transformada”. Vivemos da fé exposta nas palavras de Jesus Cristo à Marta: “Teu irmão ressuscitará” (João 11,23).  E contemplamos o mistério de Jesus Cristo, que assumiu a condição humana até a morte, e morte de cruz. Mas, Ele ressuscitou e abriu para todos nós as portas da vida eterna.

       O ser humano celebra ao longo do tempo os principais acontecimentos de sua existência. As datas de aniversários são especiais: dia do nascimento, do batismo, do casamento, da formatura… Também recordamos o dia da morte das pessoas queridas. Nesse caso, recordamos a vida daquela pessoa, o significado dela para nós, o quanto ela nos marcou e nos deixou de saudade.

       É como se o calendário fosse um imenso corredor com 365 janelas.  Através de cada janela podemos contemplar diversos acontecimentos. Naquela do dia 2 de novembro, contemplamos o mistério da morte e da esperança na ressurreição. O cristão vive desta fé: nascemos não para morrer, mas para ressuscitar. A vida, que se inicia com a fecundação e é gestada no útero materno, passa pelo útero da terra e desabrocha na imensidão do colo de Deus, capaz de acolher filhos e filhas amados e perdoados. É sabido que alguns receiam olhar por esta janela. Julgam-na muito triste, têm superstição e medo. Queira Deus, todos alcancemos a maturidade espiritual e a completude interior de Francisco de Assis. Ele estabeleceu uma relação de paz com a própria morte, ao tratá-la de “irmã”, no seu Cântico das Criaturas: “Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a Morte corporal, da qual homem algum pode escapar”.

       Amadurecidos na fé, nós, os cristãos, abrimos esta janela do Dia de Finados com o coração aquecido pela palavra de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim jamais morrerá” (João 11,26). Com humildade, nesse dia, vamos ao cemitério onde foram “plantados” os irmãos e irmãs que passaram pela morte. Com reverência pela memória de cada um ali sepultado, fazemos nossas orações. Recolhamo-nos no silêncio diante do mistério da vida e deste passo doloroso que toca a todos os seres vivos: a morte.

       Somos chamados a proclamar o imenso amor de Deus. Ele não deixa a semente da vida morrer em nós. Mas, na força do seu Espírito, ressuscita o “grão de trigo caído na terra” (João 12,24). Quando partirmos, nosso corpo mortal também será depositado na terra. Enquanto esse momento não chega, “não nos cansemos de fazer o bem” (Gálatas 6,9). Celebremos, pois, o Dia de Finados. Não fujamos dessa ritualidade cheia de significados. Recordemos que a nossa fé se fundamenta n’Aquele que morreu e está Vivo, Jesus Cristo, o Senhor!

 

Fontes: Nossa Sagrada Família.

*Retirado do artigo de Dom João Justino de Medeiros Silva, Arcebispo Coadjutor de Montes Claros (MG). Leia aqui.

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